Radiotelescópio que identificou o petróleo no espaço. Imagem e informações do Inovação Tecnológica-site
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Huuuummm... Se nosso petróleo acabar, pode ser uma solução... Para quem acreditava que o pré-sal era a fronteira final do petróleo, os astrônomos têm uma surpresa.
Eles descobriram "indicações de vastas
reservas de petróleo na Nebulosa Cabeça de Cavalo".
A Nebulosa Cabeça de Cavalo, localizada na
Constelação de Órion, fica a 1.300 anos-luz da Terra, o que certamente a torna
menos acessível do que os depósitos do pré-sal.
Mas a descoberta pode reavivar o interesse pelasteorias abióticas do petróleo, que afirmam que o valioso
óleo pode ser de origem mineral, e não um composto fóssil oriundo da degradação
de matéria orgânica.
Jérôme Pety e seus colegas descobriram os
hidrocarbonetos interestelares - moléculas de C3H+ - usando o radiotelescópio
de 30 metros do Instituto de Radioastronomia Milimétrica (IRAM), na Espanha.
Refinaria cósmica
Devido à forma peculiar e facilmente reconhecível
que lhe deu o nome, a Nebulosa Cabeça de Cavalo é um dos objetos celestes mais fotografados pelos
astrônomos.
Mas é também um fantástico laboratório de química
interestelar, onde o gás de alta densidade, aquecido pela luz de uma estrela
supermaciça, continuamente interage e desencadeia reações químicas em muitos
níveis.
A molécula C3H+ descoberta pelos astrônomos
pertence à família dos hidrocarbonetos, sendo parte das fontes de energia mais
utilizadas hoje em nosso planeta, o petróleo e o gás natural.
A descoberta do "petróleo espacial",
segundo os pesquisadores, "confirma que esta região é uma ativa refinaria
cósmica".
A equipe detectou e identificou 30 moléculas na
região da Nebulosa Cabeça de Cavalo, incluindo vários pequenos hidrocarbonetos,
as moléculas que compõem o petróleo e o gás natural.
O que mais surpreendeu foi a quantidade do
"petróleo espacial".
"A Nebulosa contém 200 vezes mais
hidrocarbonos do que a quantidade total de água na Terra," disse Viviana
Guzman, membro da equipe.
Além dessas moléculas menores, os astrônomos
identificaram a presença do íon propinilidina (C3H+), que foi detectado no
espaço pela primeira vez.
Origem do petróleo no espaço
Mas como esse "petróleo do espaço" se
forma?
Em seu artigo, Pety e seus colegas propõem que os
hidrocarbonetos espaciais resultam da fragmentação de moléculas carbonáceas
gigantes, chamadas PAHs (hidrocarbonos policíclicos aromáticos, na sigla em
inglês).
Essas moléculas enormes podem ser intemperizadas
pela luz ultravioleta, produzindo a grande população de hidrocarbonetos menores
que foram encontrados.
Esse mecanismo pode ser particularmente eficiente
em regiões como a Nebulosa Cabeça de Cavalo, onde o gás interestelar está
diretamente exposto à luz de uma estrela gigante situada nas proximidades.
"Nós observamos o funcionamento de uma
refinaria de petróleo natural de dimensões gigantescas," disse Pety.
Pety é responsável pelo projeto Whisper,
que foi criado justamente para estudar essa "refinaria cósmica", sob
coordenação do Instituto Max Planck de Radioastronomia, na Alemanha.
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